Traduzido na oficina “Mulheres que escrevem traduzidas”, oferecida pelo Núcleo de Tradução do Laboratório da Palavra e coordenada por Estela Rosa e Marcelo Jacques de Moraes.
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
Tenho os olhos virados pela violência
E no espelho das peles pretas
Não vejo nada
Nada além de corpos expostos frente a frente
Presos, sempre
E papéis pálidos
Duplicados, lustrados como uma segunda carne
No silêncio de uma memória barata que arde
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
As ilustrações com legendas parcas
Desfazem os seres até o além
Da aurora ali à noite que dura
Estamos plantados
Pequenas lápides
De tudo que é lado de um oceano que ferve
De frustração farta
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
As imagens gravadas de peles rasgadas transbordam bordam bordam bordam
Os talhos deixaram os traços das grades que cortam cortam cortam cortam
No fim não sei de nada
Como se a História se abatesse como a peste
Antes de se esticar de tanto pragmatismo
Deixando somente o vivente fragmentado
Ninguém me disse então me diz
Ninguém me disse então me diz
Ninguém me disse então me diz
Como fazer humano com essa pele
Como fazer um corpo com essa cor
Como fazer o tempo em todo esse silêncio
Slammer negre nascide na República dos Camarões, Silex descobriu o slam na França no início dos anos 2000, animando desde então oficinas de escrita em escolas e montando cenas e performances. Esses espaços de encontro deram origem a projetos artísticos diversos, envolvendo o slam, o teatro, a música e a dança.
Performances:
Feijoada (Dir. Calixto Neto)
Passages transfestival (Metz)| 2021
Tout ce que tu touches
Festival Rature (Genève) | 2019
TransFormation Film Festival (Berlin) | 2018
Afropea
Mahogany March (Musée Dapper, Paris) | 2015
Laboratoire des possibles infinis
Massimadi Festival (Bruxelles) | 2015
Filmes:
Vibrancy of Silence (2017)
Afrodiasporic French Identities (2011)
Fruits étranges (2007).
Publicações:
Revue IntranQu’îllités n°4 (2016)
Volcaniques. Une anthologie du plaisir (2015)
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